por Sérgio Silva Santana
Nosso senhor Jesus recomendou que perdoássemos nossos ofensores não sete, mas setenta vezes sete vezes. Qual seria o limiar entre perdoar e ser condescendente com as agressões alheias? Para encontrarmos a resposta a esta indagação devemos consultar a voz de nossa consciência, considerando, por exemplo, que o perdão, em muitos casos, não significaria aceitar alguém em sua intimidade, mas agir de modo fraterno, ainda que à distância, vibrando e orando pelo bem do outro, por entender que a proximidade poderia gerar uma relação nociva. Devemos ainda entender que é prudente nos afastarmos quando nosso interlocutor não demonstra disposição em chegar a um consenso, mas apenas prolonga uma contenda com a intenção de agredir. Da mesma forma, momentos surgirão em que será necessário silenciar quando notarmos que o agressor não está em condições emocionais de ouvir nossas considerações.
Fazendo isso, estaremos mais próximos do acerto nas diversas relações com nossos irmãos em humanidade, perdoando indefinidamente conforme nos ensinou o mestre dos mestres, mas jamais compactuando com o mal.
Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico em 18 de Julho de 2010