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por Delano Mothé

Esta palavra embotou todo seu significado,
se já  o teve,
na minha boca dormente de câimbra.

Tal como chiclete que não tem mais gosto
de mascado à exaustão,
muito menos sabor tem esta palavra
na minha boca.

Na minha boca esta palavra perdeu tudo
que ainda nem sequer teve,
perdeu tanto que talvez
nada de fato tenha sido.

Basta de embotamentos.
Quero me fazer entender.
Talvez um ou outro consiga
o que nem mesmo eu mais tento:
carregar na cabeça o fardo de se ver.

Esta palavra me cansa.
Mas continua aqui,
entre os meus dentes,
alheia às minhas mastigadas.

Flupt!!!…

Dou-me o direito à catarse poética,
ao exorcismo pela arte…
Cuspida da minha boca a palavra-goma.

Na minha boca agora,
doces sabores, novas texturas:
o frescor de me remodelar inteiro,
a maciez de me libertar do eu,
o perfume de me conjugar no Nós…

O verbo certo no coração:
o ideal de me redescobrir,
em cada ensejo de servir e amar,
no muito mais que pensar: sentir.


(Poema composto originalmente em 29 de dezembro de 1997, com substanciais adaptações e aprimoramentos conceituais, em 6 de setembro de 2010, propiciados pela misericordiosa inspiração dos Mentores Espirituais de nossa sagrada Escola Espiritual-Cristã de Sabedoria e Felicidade. Nossa gratidão eterna àquele que nos abre as Portas Celestiais, nosso Professor encarnado Benjamin Teixeira de Aguiar, por seu perseverante ministério de amor e serviço ao Bem comum.)